E eu ainda estou prisioneira desse sentimento. Ainda me sinto diminuída diante de você, como quando visitei o Cristo Redentor pela primeira vez, aos 5 anos. Eu, micro - você mega.
Eu nunca sei onde pôr minhas mãos na sua presença. Eu nunca sei como conter meus olhos diante de você. Eles saltam, e se acendem, e então a escuridão devastadora me toma de assalto. Fico sozinha no palco, sem aplauso. O fracasso que eu sou é aclamado pela solidão.
No dia em que estive na ribalta, no dia que seus holofotes estavam em mim - neste dia fui completamente eu, completamente sua. E me senti especial, importante e totalmente envolvida por uma experiência capaz de mudar a minha vida. Totalmente. Completamente. Você me fez sentir tão viva, tão linda, tão inteira! Eu achei que o que aconteceu ali tinha sido para você o que foi para mim. Eu ainda acho. Mas não sei o que aconteceu depois.
As luzes se apagaram. Eu voltei a ser aquela pessoa mínima e irrelevante que era antes. E você voltou para o pedestal. E é só.
Sinto que estou encolhendo agora, e logo serei novamente o que sempre fui - uma pedaço de rocha, tanto fria como inanimada. Todo o brilho que emana de mim cessará, porque a luz que refleti e me fez brilhar emanava de você. E tudo voltará ao normal, pelo menos para os outros.
Dentro de mim, nunca serei normal novamente. E te agradeço por isso. Você me fez ver minha importância e minha insignificância - tudo ao mesmo tempo. Dentro de mim, a faísca incendiou minha alma. Eu sou a fênix - renasci mais uma vez, por você.
Ainda deitarei minhas oferendas aos teus pés, meu adorado ídolo de mármore frio e intocável. Nunca, nunca me diga o valor real do que houve entre nós.
Naquela tarde em que estive no centro do palco do seu coração.
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