sábado, 25 de julho de 2020

As regras do rolê

As regras do rolê são bastantes simples:
Fode, mas não se apaixona.
Se apaixonar, não fode mais, pra não se foder depois.
Tudo o que te incomodar no rolê, fala.
Se não falar, entuba, engasga, e sufoca essa porra até o fim.
Joga limpo, e não entrega as cordinhas do teu boneco na mão do titereiro.
Se deixar esse puto brincar contigo, a merda tá feita, e não me venha chorar no ombro depois.
Parece complicado pra quem vê de fora, mas nem é. E sempre você acaba cagando alguma prerrogativa dessas, mas não vale a pena, e causa um estrago que pode te amarrar, e quem é da bagunça não quer esse negócio de "Sorte de amor tranquilo, com sabor de fruta mordida". Quem é da bagunça quer o fuzuê, aquele monte de boca e pau e buceta e bunda, e carne, carne dura, carne macia, carne cheirosa e quente, cheia de vontade. Carne suculenta dos caldos que só tesão do bom produz.
O perfume da bagunça nos lençóis do meu quarto, eu olho pro lado e só veio ele.
Porra, porque só veio ele? A gente combinou nós 3.
- Ela não quer vir, ele disse. Falou que não quer me dividir com você.
- Porra, Mau... a questão é que eu quero é ela. Você aqui é pra ela não se sentir estranha quando eu mergulhar a língua inteira naquela bucetinha doce dela, não ficar pensando que ela tá virando lésbica, que isso ela não é. Rola eu tô acostumada... ah, buceta também! Mas eu quero a dela, e que se foda se tu trouxe a rola pra cá, caralho. Não quero, não vai rolar.
- Aí, tá vendo como tu é foda? Me despenco pra cá nesse estado, e tu me nega a baguncinha que a gente faz!
Nisso ele bota a caceta pra fora, aquele cabeção lustroso, bonito, rolição... eu sei que a rola dele é linda, e sei que ele é um puto bem gostoso, mas não tô a fim. Viro a cabeça pro lado, ele dá a volta na cama e esfrega a rola na minha cara. Fico puta e empurro ele. Ele perde a linha e as estribeiras. Segura meu braço com força e me aperta tanto que eu sinto o lugar os os dedos dele estão afundando. Solto um gemido de dor, os olhos dele brilham com raiva e sandice. "Fodeu", eu penso, e tento me desvencilhar daquele aperto para sair do quarto antes que ele faça merda... mas ele já tinha enchido a cabeça de pó antes de entrar aqui em casa, e eu percebo talvez com alguns segundos de atraso que perdi. Ele pira com a minha tentativa de fuga, pega o lado direito da minha cabeça com a mãozona espalmada e bate com o lado esquerdo dela no portal, do lado da cama. Roda tudo.
Acordo com ele gemendo e me xingando, enquanto enfia a rola sem dó na minha buceta. Eu não estava a fim, ele estava era me estuprando. Me bateu, me desacordou, me violentou. A cara dele, uma máscara louca, em nada lembrava o cara lindo de um metro e noventa que entrou pela porta todo gentil. A gente pensa que conhece o cara porque ele entrou no nosso esquema da bagunça e conhece as regras do rolê, mas não dá pra confiar em ninguém, e se o cara que me introduziu na bagunça me visse agora ia jogar na minha cara: "isso aí é pra tu deixar de ser trouxa! Tô te falando que não se pode confiar em ninguém faz quantos anos? Babaca só se fode, bem feito!"
Fico aqui olhando pra ele e tentando me transportar pra longe, sair de cena, mas ele dá na minha cara e diz que sabe que eu tô gostando... o escroto deve ter esquecido que quando eu gosto eu molho a cama de tanta lubrificação. Tô seca, mas a pele logo rasga e ele vai achar que eu tô me empolgando, quando o sangue escorrer. Ele me vira de lado, tira da buceta e estoca no meu cu sem fazer a cerimônia do dedinho. Grito, porque cu não é todo dia, pra mim é concessão, e hoje ele só tá merecendo é que eu encha ele de porrada. O problema é que eu ainda tô tonta do nocaute, e pela dificuldade que eu tô tendo de abrir o olho esquerdo, ele provavelmente tá coberto de sangue.
Esse cretino maldito vai me pagar.
Ele não segura a onda do próprio tesão e sinto a porra escorrendo de mim. Ele sai de cima, se rindo todo. Ele vai lamentar ter saído de casa hoje. Enquanto ele vai pro banheiro se lavar, eu me arrasto pra fora da cama como posso. Tô toda ferrada, mas ele vai sair daqui ruim também.
Na gaveta onde os consolos moram, pego uma cinta-caralha e coloco um dildo bem grosso nela. ali também mora uma arma de choque, coisa que tem masoquista que goste, mas esse merda que tá aqui é vaidoso demais pra curtir porrada... vai detestar. Esse pensamento me traz um riso de canto de boca e estampa ele na minha cara. Conforme me mexo, percebo que tô toda roxa e dolorida, e imagino com um estremecimento pelo corpo todo o tanto de barbaridade esse fodido me fez antes de eu acordar... maldita a hora que eu tirei as câmeras escondidas que filmavam a ação aqui em casa... (Ainda bem que eu mandei tirar essas merda. Não ia ter como eu assistir. Melhor não saber.)
Ele volta pro quarto, e eu percebo que ele cheirou mais. Esse puto tá muito viciado, já ia cortar ele da bagunça mesmo... uma pena eu ter que estragar essa carinha de anjo que ele tem. É lindo, mas é podre, e eu prefiro que as manas não tenham vontade de dar pra ele nunca mais. Eu estou escondida atrás da porta do armário, ele não me vê, então chama meu nome e vai na direção da porta do quarto novamente... e leva um choque violento na perna esquerda. Caiu igual um boneco.
- Hoje eu não enxergo mais, hoje eu não sento mais... tomara que quando eu acabar contigo você ainda esteja respirando...

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