domingo, 29 de abril de 2018

Obviedades

E se meu corpo anseia pelo seu, não é óbvio que eles se toquem?
E se a minha boca tem beijos para beijar, não te parece tão certo que eles sejam seus?
E se o encaixe perfeito estiver garantido, não é quase gravidade que o traz pra perto de mim?

Eu sinto um cheiro e viajo... a memória é máquina do tempo e eu me permito sonhar. Quero seu corpo mais uma vez. A sua alma tem outros propósitos, e desengajo dessa cruzada imaginária de fazer que seja uma exclusividade, esse momento, esse lugar, tantos outros e nenhuma certeza para além do agora. Era uma vez uma menina, ela tinha 18 anos e se fez mulher; era uma vez uma mulher, ela tinha 27 anos e acreditava em para sempre; era uma vez uma pessoa, ela tinha 32 anos e descobriu que o amor vem de dentro, na forma de outra pessoa pra chamar de filho. Era uma vez ela de novo, 37 anos, redescobrindo a paixão. A paixão como antes, como nunca, como nunca mais. Era uma vez um coração partido e todas as possibilidades de uma nova vida que se desenrolava no seu ventre, outra vez; era uma vez a dor e a delícia de sentir o vento frio nas costas nuas numa manhã de outono. Era uma vez o turbilhão e a paz e a verdade por detrás de cada palavra.

Chegou o presente e o coração está em tudo. Sem máscaras nem meias verdades, ela é toda inteira e a primavera não é só mais uma estação, é um lugar e um estado de espírito, e o espírito é livre para ir onde os pés não alcançam.

O corpo novamente, a sede do presente, e tudo girando ao nosso redor. Quem dera, menos força e mais jeito, menos boca e mais peito, suas mãos na minha mão. Eu te pego e te ajeito no agora, e não guardo nada pra amanhã. Não me queixo nem me gabo, e faço espaço nas memórias para mais essa aventura.

Você não sabe, mas vou contar: o caderninho tem começo mas não tem limite de páginas, e não está preso às regras da edição. Tudo o que houve e o que há e ainda o que virá está sendo, é e será. Eu decerto nunca esquecerei, e você diz que jamais esquecerá.

As regras do rolê

As regras do rolê são bastantes simples: Fode, mas não se apaixona. Se apaixonar, não fode mais, pra não se foder depois. Tudo o que te ...