domingo, 13 de dezembro de 2009

Constatação

Ele cresce e eu envelheço. Tudo certo, é assim que deve ser, e me distraio enquanto observo esse movimento.

É ele na água, aprendendo a nadar. Aprendendo a voar para longe. Longe da opressão delicada e dedicada do meu amor de mãe. Longe - até onde o levavem seus pés, no seu caminho.

Já não cheira mais a leite. E, em breve, os hormônios o farão cheirar como um homem. É o fato inexorável da vida: ele cresce, eu degenero.

Sinto sua vitalidade encantadora, seus olhos brilhantes de descobridor de mundos, seu fascínio diante das coisas novas - incrivelmente velhas - que ele desbrava. Novos mundos a seus olhos - e a seus pés. É a trilha sonora do filme da minha vida: ele floresce, eu decaio.

Experimento o novo em mim a cada despertar desde que ele invadiu meu universo. A plenitude de seu amor como um talismã poderoso, um amuleto da sorte, um farol que me guia - ofuscante - na escuridão dos caminhos que escolhi, que me levam e trazem de volta. Até ele, até aqui.

É a verdade subjacente, o ruído, é o zum da abelha ao pé do ouvido, sob os véus do cotidiano: ele segue, eu o acompanho.

Até a bifurcação da passagem:

Ele fica.

E eu, nele.

("And I will find him - but not yet. Not yet...")


Para meu filho - meu amor eterno: ontem, hoje, sempre. Para meu pai, no seu aniversário de vida, de morte, de renascimento.

50 - 50%, now and always - as always.

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