quarta-feira, 2 de junho de 2010

Aconteceu no consultório (parte 4)

Três semanas se passaram desde o fim do tratamento endodôntico, e Marion já havia estado no consultório mais duas vezes - e vinha sendo atendida por Emerson, não por Ronaldo. Era ele que cuidava das restaurações, e era mesmo muito bom naquilo. Tanto que na primeira consulta ele moldou um bloco provisório que ficou idêntico ao seu dente, antes da cárie. O processo de moldagem era cansativo, mas ela não precisava de anestesia, e isso a forçava a concentrar-se num ponto no teto e fixar seu olhar. Normalmente ela nem fazia isso, ficava confortável ali, com seu amigo de escola trabalhando na sua boca. Mas agora ela sentia como se ele estivesse tentando inquirir alguma coisa... Ou talvez fosse coisa da sua cabeça. Fosse como fosse ela não conseguira encarar o Emerson desde que entrara na sala naquela tarde, e ele já estava cismado com aquilo, ela podia perceber. Ao final da moldagem, Emerson perguntou, sem muitos rodeios:

-Tem alguma coisa te incomodando, Marion?
-Incomodando? Não, por quê?
-Ah, minha amiga, eu te conheço há o que, uns vinte anos? Desembucha, vai. Você está esquisita desde que entrou por aquela porta...
-Eu não sei do que você está falando, Emerson. Eu só estou um pouco distraída hoje, muita coisa na cabeça, sabe como é...
-Ah tá... Me engana que eu gosto! Só lembra que sou eu aqui, ó, seu amigo, que está perguntando. Você pode desabafar, se precisar.
-Obrigada, querido, mas não é nada de mais, mesmo.

Como é que ela diria a ele que desde o tratamento endodôntico ela só pensava nas 1001 posições diferentes que a cadeira de atendimento possibilitava, e em como ela poderia tê-las aproveitado com o delicioso doutor Ronaldo... Na verdade, cada centímetro daquele consultório parecia contaminado pela figura dele, e ela nem conseguia olhar para o amigo sem querer perguntar pelo homem, saber mais sobre ele, se havia perguntado a seu respeito... Parecendo ler seus pensamentos, Emerson disparou, à queima-roupa:

-O Ronaldo perguntou por você.
-É? - Ela ficou sobressaltada. "Merda, olha só a pinta que eu dei agora... o Emerson não vai me dar sossego enquanto não me arrancar alguma coisa. Ele é um cretino! Que ódio!"
-Ih, Marion, para quê esse espanto? Ele só queria saber se estava tudo bem, se você estava passando bem, sabe, sem dor... Essas coisas. O que te passou pela cabeça, hein, sua diabinha?
-Nada, né, Emerson, isso aí mesmo! O que o dentista ia querer saber de mim, afinal?
-Depende do dentista... Se fosse eu, ia querer saber o que você tem hoje, que está toda estranha. Mas isso sou eu, que te conheço. E eu te conheço, Marion. Você está esquisita...
-Ah, Emerson, tá bom, eu tô esquisita e você vai ficar querendo saber por quê. E é só!
-Nossa, que violência... Tá bem, nem está mais aqui quem perguntou...
-Ah, desculpe, meu amigo... - e resolveu inventar uma desculpa convincente - é que quando o Ivan viaja assim, por muito tempo, eu fico meio nervosa, sei lá.
-Tá bom, Marion, está desculpada...

Ela podia perceber que a sua história não tinha convencido o amigo, mas foi o que de melhor ela pode inventar assim, na marca do pênalti... O marido sempre viajava por semanas, meses até, e ela ficava numa boa. E ele só estava fora há três dias. Ela sabia que Emerson iria voltar a tocar no assunto, e sabia que a bandeira que ela dera antes, sobressaltada pela menção do nome do Ronaldo, seria o assunto que ele puxaria. Quando se sentaram na ante sala, ela e Renata, para agendar a próxima consulta, ele soltou:

-Pode ser que eu peça ao Ronaldo para colocar o teu bloco... Tudo bem prá você?
-Não, né, Emerson? Você mesmo disse que essa é a sua especialidade, que você não faz canal e o Ronaldo não faz restauração, não é mesmo? Então...
-Boa menina! Já está no controle novamente... - "Filho da mãe, como ele me conhece! Já sacou tudo, mas agora vai me deixar em paz, pelo jeito." -Então vamos marcar para daqui a três semanas, porque eu vou a um congresso na semana que vem e vou dar uma esticada... Sabe como é, eu nunca fui ao Texas, e já faz uns dois anos que eu não tiro férias...
-Do as you please, darling.
-Ai, eu odeio quando você começa com essa frescura...
-Sorry! Desculpe...

Despediram-se dando risada. "Ficou tudo bem, no final" ela pensou, já no elevador. Seria muito constrangedor se ele ficasse insistindo no assunto do Ronaldo. Ela temia trair-se. E não era mulher de se dar a esses desfrutes... Não que se incomodasse com isso. Suas amigas sempre estavam envolvidas com algum prestador de serviço - parecia a doença da classe média, sabe-se lá: mulheres desejosas de aventuras para aplacar o tédio de suas vidas, depois dos filhos crescidos... E era por isso que ela trabalhava - não porque precisasse. O marido era um alto executivo da indústria do tabaco, e isso garantia uma vida confortável. Ela trabalhava para ocupar a cabeça, para preencher a vida com algo de seu interesse genuíno. Ela gostava mesmo de atender à comunidade carente. E isso a fazia sentir feliz consigo mesma. E ela achava que era por isso que nunca tinha se entregado ao mecânico da máquina de lavar, ou ao jardineiro do condomínio...

Mas aquele dentista... Ah, como ela queria aquele homem! Nunca tinha sentido tanta atração por outro homem. Para ser franca, ela nem gostava tanto assim de transar, achava uma coisa mecânica, sem graça e calorenta! E mesmo assim, mesmo com tudo contra, ela se pegava pensando nas mãos dele deslizando por suas costas, numa das poucas vezes que a tocou de forma casual... "Que absurdo! Componha-se, Marion... Isso não se faz! Você tem o quê, 16, 17 anos? Você é uma mulher de 43 anos, se liga!" Ela sentia-se enlouquecer quando pensava nele, e mais de uma vez já se permitira imaginar as situações mais eróticas com aquele homem enquanto transava com o marido. E ele andava todo contente, já que ela vinha se mostrando mais interessada em sexo ultimamente... "Coitado do Ivan... Eu pensando no Ronaldo e ele realizado... Pensando bem, ele está feliz, né? Que importa o motivo do meu desejo? Deixa ele curtir do jeito dele, que eu me viro aqui como posso! E chega!"

Mas mesmo na vidinha simples e comum de Marion, tão distante do folhetim das 21h, pode acontecer algo imprevisível - e aquela terça-feira, que começara como outra qualquer, tinha um desfecho inesperado pela frente.

Era a semana do tal congresso do Emerson, e ainda faltava dez dias até a próxima consulta - a da colocação da prótese permanente - e ela estava conversando com os colegas na sala de reuniões ao final da manhã, tomando café e comendo biscoitos... E sentiu o provisório se soltar. Assustada, quase engoliu o bloco junto com o café, mas conseguiu tirá-lo da boca. Sem saber o que fazer, resolveu ligar para o consultório:

-Renata?
-Sim.
-Aqui é Marion, tudo bem?
-Tudo, e a senhora? Algum problema?
-É, querida... O provisório descolou, e eu não sei o que fazer.
-Ah, a senhora precisa vir até aqui, para recolocá-lo.
-Mas tem problema eu ficar sem ele? É que eu não estou sentido nada, sério...
-Mas é que o dente pode desgastar sem ele, e aí a prótese definitiva não vai encaixar, e é dinheiro e tempo jogados fora, dona Marion.
-Mas o Emerson não está viajando?
-Ah, mas se for só isso o dr. Ronaldo pode fazer... - o coração de Marion quase pulou fora do peito!
-O dr. Ronaldo? Mas eu achei que ele não fazia restaurações...
-E não faz, mas isso é uma bobagem, até eu poderia fazer...
-Então! Eu posso dar um pulinho aí agora, na hora do almoço, e você faz isso prá mim?
-Só que hoje eu tenho prova no curso, e o dr. Ronaldo me deu a tarde de folga. Ele vai estar aqui a partir das 14h, dona Marion. Eu aviso a ele, e ele encaixa a senhora entre uma consulta e outra, ok? - Sem argumentos, ela teve que concordar, muito a contragosto.
-Então está certo: passo aí quando sair da escola, lá pelas 17h, ok?
-Está bem, dona Marion. Mas não se atrase, por favor. 17h é o último horário do dr. Ronaldo.
-Combinado. Até mais, e boa sorte na sua prova.

Acelerada, Marion mal conseguiu se concentrar na aula, e até os alunos mais desatentos perceberam que a professora estava meio aérea naquela tarde. Logo ela, sempre tão ligada...

Quando chegou ao consultório, Ronaldo sentou-se à mesa da secretária, para verificar sua agenda, e ficou sem ação por alguns segundos, sem entender direito, sem conseguir processar a informação anotada em vermelho, no final dos agendamentos da tarde: Marion - adesão do provisório - urgência. "Merda! Será que agora o Emerson está colando provisório com saliva? Como é que isso foi soltar assim, de repente?" No fundo isso acontecia com uma certa freqüência. O que o perturbou tanto foi esse encontro inesperado com ela. Aquela mulher que vinha assombrando os seus pensamentos há uns dois meses, desde que pusera os olhos nela. "Porque isso tinha que acontecer justamente hoje, quando o Emerson está fora do país?" Ficou ali, sentado, olhando para a página da agenda, até que o som da campainha o trouxe de volta à realidade. Ele ainda tinha três pacientes até a hora de recebê-la. Precisava se concentrar.

De repente já eram 16:30h, e a última paciente estava deixando o consultório, no que lhe parecera a tarde mais curta da sua vida. Ele não estava preparado para reencontrá-la. Não sabia o que fazer, mas sentia que não devia ficar ali, que aquele encontro talvez fosse um pouco demais para seu coração. Então resolveu fugir. "Dona Andréa, espere só um momento, que eu a acompanho..." Pegou sua jaqueta de couro e jogou de qualquer jeito sobre o corpo, e já ia saindo com a paciente quando Marion saiu do elevador.

-Está adiantada - ele disse, lacônico, como para se explicar por estar de saída.
-Eu posso esperar, não tenho pressa - ela respondeu, meio engasgada. Tinha certeza de que ele estava fugindo, que não queria atendê-la. "Poderia ter me avisado, pelo menos..."
-Não, tudo bem. Não tenho nada de especial para fazer na rua. Ia só espairecer...

De volta ao consultório, ele lhe pediu um tempo para preparar a sala. Ela só deu de ombros, tentando parecer indiferente, quando na verdade estava totalmente hipnotizada por ele, lindo naquela jaqueta surrada, a calça jeans apertada marcando suas coxas, o cabelo desalinhado e a expressão de desalento. Tentou puxar conversa, para minimizar o mal estar entre eles.

-Desculpe, Ronaldo. Eu não quero ser inconveniente... É que a Renata falou que se eu não viesse recolocar o provisório isso poderia inutilizar o molde... Nem entendi direito. Espero não estar te atrapalhando...
-Você nunca atrapalha, Marion. Eu só queria respirar lá fora um pouco, sei lá... Hoje o consultório está me oprimindo um pouco, só isso.
-Quer sair agora? Eu posso esperar, é sério...
-Não. Vamos acabar logo com isso, querida. Eu não suporto ficar tão perto de você por muito tempo.

Aquele comentário dele a emudeceu. Não havia o que dizer, e ela concordou com um meneio da cabeça. Dirigiu-se à cadeira, e sentou-se, obediente.

-É a primeira vez que você não vai precisar me anestesiar...
-Você pode abrir a boca, por favor?

Ele estava sendo duro, até meio grosseiro, porque estava apavorado com a situação. Ela mantinha os olhos abertos, fixos nos dele, enquanto ele se debruçava sobre ela, a boca aberta, o serviço simples parecendo uma cirurgia complexa de extração de siso. Era irresistível, e ele sentia-se preso ao dever, quando queria apenas fugir dali, bem rápido, antes que cometesse uma loucura.

Ela, por sua vez, não conseguia manter a pose. Por mais que tentasse, vê-lo ali, debruçado sobre ela, era desejar puxá-lo para junto de seu corpo e forçá-lo a tocá-la - da maneira menos profissional possível. Ela estava trêmula e acuada, sentia-se vítima do acaso, e queria voltar no tempo e dar um jeito de morder o maldito biscoito com outro dente! Se o bloco não tivesse se soltado, se ela não estivesse ali, boquiaberta diante dele...

-Pronto, Marion. Terminado. - Ele falava de costas para ela, tentado controlar a voz, tentando parecer calmo. Ele sentia-se dependurado por um fio de sanidade muito fino, muito frágil. Ele sabia que não poderia olhar em seus olhos...
-Você me passa o espelho, Ronaldo? Eu queria ver...
-Não confia em mim?
-Não é isso. Eu não confio é em mim...

E então ele olhou para ela, e ela estava olhando diretamente para ele. Seus olhos se encontraram, e nenhum dos dois sabia o que dizer. Cederam. Simplesmente entregaram-se a vontade que os consumia há semanas, e beijaram-se longamente. Ele finalmente descobria o gosto daquela boca que conhecia clinicamente, ela finalmente descobria como era delicioso ser beijada por alguém a quem se deseja de verdade. Ela o desejava com tudo o que era, completamente. Ele a desejava desesperadamente, e não contava com garantias ou reservas. Suas mãos exploravam o corpo dela, e ela não esboçava a menor resistência. Ele sabia que ela estava dividida, talvez até sofrendo, porque aquilo não combinava com ela. Ele sabia disso porque podia sentir o sabor salgado de suas lágrimas, enquanto elas se misturavam à saliva naquele longo beijo apaixonado. Como devia estar sendo difícil para ela, permitir que outro homem a tocasse, ceder a um desejo tão soberano, tão imperioso como aquele. Ele a amava ainda mais por isso, por saber o quanto ela estava entregando de si naquele momento, mais que o próprio corpo, mais que seu senso de pudor e dever - era ela própria que se fazia presente, inteira.

Ela queria correr, queria fugir - mas queria ficar, acima de todas as coisas. Consumar aquele desejo era muito melhor que imaginar aquilo, e ela sabia perfeitamente o que era imaginar tudo aquilo. Aquela cadeira era mesmo capaz de se articular em 1001 posições?

-Ronaldo...
-Diga, querida.
-Eu preciso respirar.

Entreolharam-se novamente, agora mais calmos, a ansiedade dando lugar a alegria que só a reciprocidade amorosa pode proporcionar. Agora não havia mais dúvidas, só a certeza do desejo de um pelo outro. Ainda assim, havia algo de errado naquilo tudo - e para ela era isso que tornava todo o resto tão excitante! Ela estava dividida entre a vontade de entregar-se a ele e as responsabilidades de sua vida pessoal. Mas no momento em que olhou nos olhos dele mais uma vez, sentiu que suas dúvidas se dissolviam completamente, como açúcar na água. Ela sorriu para ele. Ele lhe devolveu o sorriso - e aquilo lhe deu coragem:

-Eu quero ser sua, completamente sua. Sem reservas, sem medo - e sem promessas. Eu quero transar com você, e não quero me sentir culpada por isso, ou fazê-lo sentir-se mal, ou preocupado, ou sei lá o quê! Você entende isso?
-Meu bem, eu não penso em outra coisa, desde que te vi pela primeira vez, nessa sala. Eu quero tocar a sua pele, sentir o seu cheiro e amar você. E eu entendo que seja difícil para você. A gente pode deixar para outra vez, se você preferir...
-Não, Ronaldo. O meu corpo está gritando o seu nome há meses. Ele exige satisfação!
-E eu estou aqui para isso, meu anjo.
-Então... Me mostra o que essa cadeira pode fazer? - Ele riu alto.
-Que imaginação fértil... Está certo, deixa eu te mostrar umas coisinhas que eu consigo imaginar...

Ele reclinou a cadeira completamente - e isso a deixou deitada - e então elevou seu corpo até a altura de sua cabeça, sentado. Deslizou a banqueta de rodízios até seus pés. Descalçou suas sandálias e lambeu seus dedos, um a um. Ela fechou os olhos de prazer, suspirando. Ele sentia uma urgência que não experimentava há muitos anos, e prosseguiu subindo por suas pernas, beijando e lambendo cada milímetro de pele branca e suave. Ela estava extasiada, nunca havia tido uma experiência daquelas na vida - ela nunca tinha transado com outro homem, só com o Ivan - e estava sendo melhor que o seu sonho mais insano! A língua dele, molhada e tesa, explorando a pele sensível da parte posterior dos joelhos, suas mãos acompanhando a boca agora...

Ele afastou suas pernas com um toque leve, quase que apenas uma sugestão - mas ela estava tão excitada que deixou-se levar pelos mínimos comandos da vontade dele. Ele tocou de leve a superfície da calcinha, e ela sabia que ele podia sentir a umidade da lubrificação abundante, mesmo naquele contato indireto. Ela mal podia se controlar - mas ele interrompeu-se e deslizou com a banqueta para junto de seu rosto, beijando seus lábios e enfiando sua língua na boca dela. Ela podia gritar, mas controlou-se no último instante. Segurou-lhe os cabelos e puxou sua cabeça para longe. Olhou em seus olhos, que brilhavam de desejo. Ela imaginava se seus olhos também tinham aquela luminosidade febril que via nos dele. E sorriu - e depois gargalhou. Ele implorou que ela deixasse que continuasse a exploração - e ela atendeu prontamente, revelando a pele do colo e os seios volumosos sob a blusa fina de seda. Faminto, ele debruçou-se sobre seu colo, lambendo a pele com a língua inteira, tocando os seios com as pontas dos dedos, inspirando, com o rosto enfiado entre os seios, o perfume dela, como se fosse o único cheiro que valia a pena sentir por toda na sua vida.

Aquele ato desencadeou sua luxúria! Ele sentiu um frenesi quase ritual, e suas mãos procuraram despi-la totalmente. Ela o ajudou solícita, ao mesmo tempo que arrancou-lhe a camiseta de algodão. Ele afastou-se dela por um instante, abriu a calça e deixou que caísse, tirou a cueca e ficou ali, estático, contemplando e sendo contemplado.

-Nossa, Marion... Você é ainda mais linda nua do que é vestida!

E então ela sentou-se na cadeira e estendeu os braços para ele, sorrindo - e era como um pequeno Sol brilhando ali, dentro do consultório, era como a primavera, era a coisa mais linda que ele já havia visto! Ele tomou-a em seus braços, e afastou suas pernas para tocar seu sexo. Ela gemia alto enquanto ele deslizava os dedos dentro dela, sentindo o calor intenso que emanava dela. Continuou ali algum tempo, ouvindo seus gemidos de prazer se intensificarem rapidamente, e então não pode mais resistir, e penetrou-a. Ela gritou baixinho, um misto de espanto e gozo, e ele percebeu que ela nunca tinha gozado assim, na hora da primeira penetração. Ela ria alto, feliz como uma adolescente - e aquilo era mais bonito que qualquer experiência que ele jamais tivera. Estava sendo intenso, e ele não se conteve, e deixou que o gozo viesse espontâneo. De alguma maneira ele sabia que não teria problemas para conseguir outra ereção. Ele nem sabia se perderia aquela, para ser honesto. Ela o deixara tão excitado que ele ainda estava ereto, mesmo depois do gozo. E deixaram-se ficar ali, naquele abraço extasiado, quente e suado.

-Parece que você já está pronto prá outra...
-É... Isso não é coisa comum, mas pode acontecer, numa situação assim, tão extraordinária...
-Me come de novo?
-Você nunca vai precisar me pedir duas vezes, meu amor - mas eu vou fazer você implorar por mais...

Eles olharam para o relógio. Eram 20h. Ela ficou preocupada, mas não se afastou dele. Pelo contrário, manteve seu corpo bem colado ao dele por mais alguns instantes.

-Você precisa ir, não é?
-Eu devia, mas não quero. Deixa eu ligar prá casa, e já resolvo isso.

Ela foi até a sua bolsa, pegou o celular e falou com o filho. Deu algumas instruções e disse que ainda iria demorar. Depois, ligou para a mãe, que morava perto, e pediu-lhe que dormisse lá aquela noite. Só pode ouvi-la dizendo que não sabia que horas chegaria. E não deu satisfações. "Quando eu crescer, quero ser como ela..." ele pensou, ouvindo aquela mulher resolvendo tudo à distância, sem se abalar nem comprometer a noite dos dois. Ela voltou ao consultório, sorrindo. E ele perguntou:

-Então, você quer continuar explorando as possibilidades da cadeira de atendimento odontológico? - Rindo muito, ela retrucou:
-Você ainda tem fôlego?
-Com certeza! E tenho a noite inteira... - Ela só olhou para ele. E sentou-se na cadeira...

(to be continued)

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