Mas desde aquele amor, ela passara a sentir o indelével perfume da eternidade. Havia nos pequenos detalhes daquele encontro um desejo incandescente de permanência, a vontade de ficar mais algum tempo, o toque intencional da pele se perpetuando na vida, tecendo o seu fio ao dela numa trama única - constituindo algo novo, inusitado.
Quis gritar para o mundo. Anunciar a descoberta intuitiva de algo maior que a fisiologia! Mas, presa como estava aquela estrutura especulativa e minuciosa de pensamento, não pode fazê-lo. Não passa da noite para o dia uma acadêmica a falar assim de intuição, como se a metafísica fosse elevada a condição de ciência exata num piscar de olhos.
Desistiu antes de tentar. Mais fácil aceitar que a existência ruma para o vazio que apostar suas poucas fichas de sanidade num amor que talvez tivesse propriedades transcendentes...
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