Ela sempre fazia suas escolhas por ocasião de seu aniversário. E a data se aproximava rapidamente... Dessa vez a decisão era bem simples, mas por algum motivo ainda era difícil para ela a transição entre o que era certo e o que era fácil. Dessa vez, o fácil era o certo. Difícil era decidir o que a outra opção representava. Se não era mais uma questão de saber discernir entre o fácil e o certo, como ela poderia usar sua bússola dali por diante?
De repente era o dia, e a escolha urgia, e ela fez o que precisava fazer. Doeu sim, foi como cortar a própria carne, mas ela sabia que ficaria bem. Mesmo perdendo muito sangue, mesmo que lhe custasse uma de suas cinco vidas. Ah, é claro que ela já fizera a escolha antes... Duas outras vezes. E ainda tinha outras cinco oportunidades de acertar pela frente - antes de arriscar sua vida definitivamente. O que a surpreendia era ter se enganado tanto. Daquela vez ela sentira ter tocado a perfeição com as pontas dos dedos... A menina dentro dela parecia ter encontrado o garoto ideal.
Daquela vez não se deixaria levar. Tomaria as rédeas de sua vida novamente. Deixar-se levar pela vida era coisa de quem não tinha aprendido a se responsabilizar pelas próprias escolhas.
E isso ela já sabia fazer. Tinha aprendido isso há pelo menos duas vidas atrás...
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