Agora tinha outro nome - mas era Antônio Carlos all over again.
No rádio, ela escuta a canção-tema daquele seu romance de então. É como reviver o amor em formato mp3. Todas as palavras tão bem colocadas ali, as estrofes soando como aqueles beijos roubados no corredor da escola, a aflição pelo momento de sair dali, entregar-se àqueles beijos, todos com gosto de travessura, todos deliciosos como o primeiro. Por todo tempo que aquela insanidade de cinco semanas se estendeu. Nunca antes um homem tinha beijado um primeiro beijo tantas vezes. E ela era viciada em primeiros beijos... E para quê? Para nada, para redundar na verdade inexorável da sua vidinha suburbana: às vezes era melhor ficar de longe, só olhando as flores.
Dessa vez a história é diferente, e ainda assim é a mesma. Como pode, esse padrão, esses envolvimentos tão intensos, tanta entrega, para tão pouco? Provavelmente há saída terapêutica para essa encruzilhada, mas por enquanto as sessões de análise não apontam a solução - flechas de neon seriam tão benvindas...
Os beijos, as mãos, o toque. Seus olhos lânguidos, a língua aflita procurando o mamilo por dentro do decote, seus suspiros e a certeza de que jamais fora tão feliz, jamais homem algum a fizera provar do paraíso com tanta maestria, nunca o gozo fora tão pleno de sentido e significado. Ele só não é perfeito porque é Antônio Carlos.
Over and over. Again.
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