terça-feira, 29 de setembro de 2009

Bala Boneco :)

Ele veio e pernoitou aqui. Essa noite teve cara de feriado. Todo dia do lado dele parece feriado...

Ele tem cheiro de Bala Boneco. Eu nem sei por que nunca disse isso a ele, meu Deus... Se eu morresse amanhã, e se nunca mais sentisse aquele cheirinho, coméqueleiasaber que cheira a Bala Boneco???

Quando eu fico sozinha, depois que ele vai embora, bate saudade instantânea! Ele é quase um novo mundo, meu Deus, e eu aqui, pensando em Bala Boneco.

Às vezes, bate paura! E se ele não mais vier pernoitar??? E se, de um dia prô outro, o meu estoque ilimitado de coisinhas prá olhar sem nem mesmo ver, que ele traz com ele quando vem e pernoita, acabar? AI!

Ele é um Sol, uma energia assim quente e indolente - e eu não quero me acabar nessa vida sem esse amor do fim dos tempos.

Ele vem pernoitar na penumbra. Traz na bagagem seu sonhos inacabados de homem jovem, que tem alma meio de mulher. E mãos pequenas. E dedos curtos. E grossos. Ele é a porta de entrada da perdição. E vem pernoitar assim mesmo, porque sabe que a porta é aberta e as panelas franquiadas. E eu cozinho bem.

Ele gosta de dormir entre as minhas pernas. Ai, que acordo cheia de cãimbras. Mas adoro, e quero mais que ele dê um jeitinho de vir todos os dias. Mesmo quando não pode aparecer. Arre - ele tem até gosto de Bala Boneco...

Eu me sinto uma criança. E nem me importo de, nessas horas perdidas entre o anoitecer e a alvorada, ele me fazer de gata e sapato. Ele diz coisas sem graça sobre os meus hábitos. Ele caçoa dos meus esforços de me tornar uma pessoa melhor. Ele diz até que o melhor amigo do personagem do desenho animado é namorado do cara. Ele dá jeito de brigar comigo até em sonho! Só prá me provocar. Mas eu continuo querendo mesmo é que ele me venha - e pernoite - todos os dias.

Ai, meu Deus, Tigresa - dona da casa, você que me habita as entranhas e é a minha deusa interior... Será que não tem um jeito de o amor ter um gosto mais doce que o da Bala Boneco? Se assim fosse, eu, que até gosto de doce - mas nunca gostei dos enjoativos - ficava imune a esse incubo noturno, que cisma de vir pernoitar!... Mas não quero de jeito nenhum que ele desista. Eu espero a hora em que a porta se abre. Ele nem precisa de chave. Já a deixo aberta, prá poupar o senta-levanta-senta de ter que ir abrir a porta.

Eu devia deixar ele bater. Mas o fato é que eu espero aquela hora em que a maçaneta vira como quem espera os fogos de artifício no reveillon de Copacabana. E eu quero todo dia: os fogos de artifício, o champanha, a comemoração. E ele lá, na cara do gol, cheirando - e gostando - a Bala Boneco...

Será que hoje ele vem? A imaginação da sua ausência me espanta! É como se fosse uma audácia dele, se algum dia recusar-se a colher as dádivas do meu panelão de sopa, do meu edredon florido, da capa do meu travesseiro.

É, ele está chegando! Estou sentindo... O cheiro da Bala Boneco. É dia de Cosme e Damião!

(E o meu coração está de Sol até a tampa!!!)

2 comentários:

Patrícia Siciliano disse...

Oi, Pedro...

Vc vai me deixar encabulada:)

Me manda seu email???

Bjs

Anônimo disse...

Amei!
Tânia Roubier

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