terça-feira, 16 de abril de 2013

Cárcere privado

Gira a bailarina, rodopia decidida. Dança delicada sobre o pedestal.

A redoma de cristal sobre ela colocada é mais que um adorno, é também proteção. Seu dono cuida para que não lhe falte nada. Dá-lhe corda, para que rodopie, espana a poeira que teima em se acumular sobre a cúpula, de tempos em tempos dá um polimento especial nas plaquetinhas de identificação de seu bibelô favorito.

Mas ele não sabe, nem desconfia. Para ela, rodopiar é tortura, fazer-se delicada é doloroso.

E a redoma cristalina é sua doce e transparente prisão.

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