terça-feira, 17 de agosto de 2010

Súbito

Ainda é você em meus sonhos, nos lençóis onde jamais se deitou - ainda é você.

Passaram os dias. Transformaram-se em meses. Anos, até. E obviamente ainda chove nesta cidade onde vivo, onde persisto. Mas nunca mais houve uma enchente como aquela, querido. E eu sou transportada ao passado toda vez que a noite cai às três da tarde...

Sim, a vida seguiu e segue, eu sou feliz e não posso imaginar que estar contigo pudesse ser melhor que isso. Mas a mente vaga, e eu não sou capaz de refrear o coração. Ponto. E você sabe disso, sempre soube ler minhas entrelinhas e preencher minhas lacunas. Não que nossa história tenha sido lacunar. Foi breve e intensa, irresistível e poderosa. E sei também - foi necessária.

Nossas estradas se enlaçaram por um intervalo mínimo de tempo, suficiente para chacoalhar as nossas vidas e nos devolver ao mundo dos vivos. E eu nunca chorei tantas lágrimas inúteis num travesseiro. Tinha que terminar como começou.

Subitamente.


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