Acordei sentindo cheiro de chuva, ouvindo o tamborilar nas vidraças das janelas. Deixei-me ficar preguiçosa, os olhos fechados, imaginando a temperatura agradável, a terra molhada, o trânsito caótico obrigando as pessoas a reduzirem a velocidade e darem-se conta do milagre que é a chuva. Sorri, e foi um sorriso frio e melancólico, como aqueles sorrisos de velório, que nada mais são que a sombra das lágrimas que passaram e o prenúncio das que virão.
Lenta, ainda entorpecida pelo sono, espreguicei: ritmo de domingo em plena terça-feira. O corpo foi ganhando vontade, pedindo movimento, e eu fui cedendo o meu desejo de ficar ali ao seu apelo imperativo.
O perfume quente da terra molhada, será que eu imaginei? A percussão das gotas miraculosas no parapeito, foi o som da minha memória que eu ouvi? Abri os olhos para um dia azul, céu de brigadeiro, nem nuvens. Procurei no horizonte vestígios, mas nada havia lá.
A tempestade estava aqui, dentro de mim.
quinta-feira, 5 de abril de 2012
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2 comentários:
E aí a gente conhece um poquinho mais de quem já gosta tanto... Um beijão, Pat.
Saudade de você, pessoa. Você é alguém que eu não esqueço jamais, Al. Tenho do tempo em que partilhamos o espaço as melhores lembranças... Bjs, queridíssima!
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