A última coisa que queria era levantar-se. Sentia frio - e era na alma. A lassidão não era maneira de resolver a questão, ele sabia, mas não restava em si nenhum alento. Ela tinha ido embora. Ele foi insuficiente.
Mas por que preferia o marido? E por que, tendo marido, foi acabar logo ali?
Não podia mais pensar nisso. Sempre acreditara que ela não era feliz no casamento, e seu motivo para essa relação pirata estaria claro para ele se assim fosse. Mas não era. Ela voltou para casa todas as vezes que estiveram juntos, deitou-se com o marido e dormiu profundamente, depois de fazer sexo com ele, a cabeleira loira desalinhada no braço dele - não no seu. E como isso podia incomodar-lhe, anyway? Eles eram casados, for Christ sake!
"Vamos, camarada, put your shit together!" disse a seu reflexo no espelho. Fez a barba, tomou banho, fez café. E saiu para o trabalho.
No metrô, a caminho do Centro, uma moça de uns vinte e poucos anos o estava encarando, descaradamente. Então ele devolveu o olhar: checou suas pernas, seu colo, os braços à mostra - pareciam tão macios - "e que peitos, meu Deus, que peitos..."
E, enquanto se aproximava dela, seu sorriso retribuído por ela, ele pensou: "Por que foi difícil levantar hoje?"
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sábado, 27 de junho de 2009
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