quarta-feira, 24 de junho de 2009

Soundtrack to hell

Pela manhã, era sua cara fria e pálida, quase azul, que respondia a seu olhar inviesado ao espelho. E todos os dias desejava acordar para outra visão. Era doloroso saber que não aconteceria. Não assim, like a spell, or a charm.

Ah, o sofrimento - ver-se refletido no espelho era lembrar-se de quem era, e era disso que fugia diariamente, all day long, and from dusk to dawn.

Mais uma dose... Heroína. " É exatamente o que ela é"- pensou. "My personal heroine." Enquanto a droga alcançava seu sistema nervoso, ele tinha os últimos flashes de sua vida real. Era assim que chamava a vida anterior, quando vivia lúcido, e se acreditava feliz.

"Sweet oblivion!" Nenhuma dor, nenhum sofrimento. Há tempos acordava na magrugada, suando frio e desorientado, para injetar mais herô - os pesadelos eram terríveis, ele já não suportava o sono, nem a vigília. E sabia por isso que seu fim estava próximo.

Resolveu então antecipar o momento. "Come, come, nuclear war..." O velho Morrisey daria o tom - um belo acompanhamento musical - sempre adorava viajar nas músicas do cara, pelas imagens que projetavam na sua mente. O pó puro e perfeito fundia na colher - "Três doses devem dar cabo de mim..." Seringa, veia - braço direito, caminho mais curto...

(Last night I dreamt / That somebody loved me / No hope, no harm / Just another false alarm...)

"Yeah, baby! Come to Papa!" Lá estava ela, sweet, sweet death: usando as roupas dela, seus cabelos negros encobrindo os belos olhos castanhos, tão profundos, e sua boca tão vermelha, e descendo até a curva suave dos seios perfeitos. "Que merda, sua Filha da puta - tinha que ser ela, aqui, at the end?" And she replied: "Cala a boca, seu covarde! E me beija..."

- Flatline -

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