domingo, 12 de fevereiro de 2012

A quem interessar possa

Estou organizando minha vida de modo que haja tempo para este blog. Agradeço a todos que me visitam pela paciência, e peço desculpas pela ausência. Acredito que daqui para frente vocês voltarão a encontrar de tudo um pouco por aqui, com alguma freqüência, como dantes.

Muitos beijinhos, grandes e pequenininhos... :)

Isso é só uma carta

Paloma, minha pequenina flor de laranjeira:

Desde a manhã em que a deixei sozinha neste enorme apartamento onde nós vivemos juntos por lindos e mágicos 10 meses, tenho pensado em vão nas melhores palavras, aquelas que não deixariam dúvidas a respeito dos meus motivos - e como um bônus, te trariam alguma paz. Agora eu sei, tais palavras não existem, e ainda assim estou te escrevendo, e por um único motivo, somente: tenho algumas coisas a dizer.

Sim, eu te amo. Ainda, e muito, e sempre. Um amor como esse que eu sinto não é coisa passageira, e não seriam as dificuldades do cotidiano que teriam a capacidade de arrefecê-lo. Encontro-me no maior dos dilemas, porque construí minhas hipóteses sobre uma premissa simples, elementar até. E, infelizmente, tão frágil quanto simples. Entenda, meu doce anjo: eu imaginei que o tempo poderia fazê-la me amar como eu a amo. E sei que me diria, se estivesse aqui, o quão ingênuo eu fui, e quão arriscado é basear toda uma argumentação sobre as vontades de outro. Não estou me queixando. Pudesse, faria tudo de novo. O amor pode até não ser cego, mas é louco, e essa falha é um tanto pior que a primeira, não acha?

Se houve os momentos em que quase acreditei que de fato havia conseguido o meu intento, em outros, como no dia de nossa última discussão, todas as minhas ilusões perdiam o colorido e caíam por terra. Como é triste amar sozinho... A tua indiferença, o teu desinteresse por qualquer coisa que me diga respeito é tão eloquente que me deixou surdo e mudo - e me fez voltar a enxergar com clareza. Hoje, quase um mês depois daquele dia, posso novamente usar a minha voz para dar-te uma satisfação que não pediste, e sinto que nem te interessa. Mas não posso negar a mim mesmo.

Não te preocupes com nada, cuidei para que nunca mais tivesses que me encontrar. Tudo o que está no apartamento é teu, disponha como entender. Eu jamais poderia pedir-lhe nada, uma vez que nem o essencial te pedi. Podes vendê-lo, doar todas as minhas coisas para alguma caridade, não importa. Se nem toda a minha atenção, toda a minha disponibilidade, o meu afeto, meus elogios e declarações de amor foram capazes de te sensibilizar, não te apegues a uns poucos cacarecos. Não estarei mais ao teu lado, é certo - meu coração segue te amando, por mais algum tempo ainda - mas nem toda a distância do mundo pode me fazer te esquecer. Não preserve nem mesmo minha coleção de mangás ou o velho Atari. Deixei para trás esses velhos apegos quando me lancei nesta aventura desconhecida rumo ao teu coração. E me perdi.

Perdoe-me por tanto amor. Ele é a única explicação que existe. Tenho certeza que alguém tão articulada pode encontrar respostas diferentes, muito melhores que estas que te dou aqui. Mas isso é só uma carta, podes desfazer-se dela de tantas maneiras... Incinere, jogue no lixo, passe pela picotadora, recicle, use-a para acender a lareira da casa de Itatiaia. Pouco importa. Embora conte a verdade, é só a minha verdade, querida. Sinta-se livre para compôr a tua.

Recebi um convite para ir a Londres pelo aniversário de Otaviano. De lá, parto em busca de novos horizontes. Mesmo amando demais essa terra, há um laço misterioso que me ata ao Velho Continente. Estreitarei esta ligação o quanto puder, buscarei outras histórias para viver, e eventualmente esquecerei de ti. Provavelmente estarei decrépito demais para voltar para casa, esquecido demais para saber sequer onde ela fica.

Espero que leias tudo, até aqui. E desejo-te toda a felicidade que desejei para nós dois.

Com todo o meu amor,

Cristiano.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Ela dorme em meus braços - e eu sonho. O sonho é a luz dos olhos dela, seu sorriso sem dentes e a alegria contagiante que dela emana.

Ela não sabe dormir sem acalantos - e disso eu cuido. Todos nós buscamos para sempre a mãe que nos embala, que afasta nossas penas e preocupações. Deixo que durma - cuidarei para que o bicho-papão não se aproxime esta noite...

As regras do rolê

As regras do rolê são bastantes simples: Fode, mas não se apaixona. Se apaixonar, não fode mais, pra não se foder depois. Tudo o que te ...